Kalpa – Kali Yuga e Satya Yuga – Ciclos Cósmicos 

Sânscrito – Índia: Teosofia – Doutrina Secreta – H.P.Blavatsky

Kalpa (Sânsc.) Período de uma revolução do mundo, geralmente um ciclo de tempo, porém, comumente, representa um “Dia” e uma “Noite” de Brahmâ, um período de 4 bilhões e 320 milhões de anos. Por Kalpa entende-se geralmente um “Dia” de Brahmâ ou Manvantara, período cronológico que representa mil mahâyugas, ou seja, a duração do Universo, ou, em outros termos, o período de manifestação ou atividade cósmica, no fim do qual vem a Noite de Brahmâ, período de dissolução ou repouso. Assim lemos no Bhagavad-Gitâ (IX, 17): “Ao fim de um Kalpa, todos os seres desaparecem em minha natureza material e de mim emanam outra vez, ao se iniciar um novo Kalpa”. 

Yuga (Sânsc.) A milésima parte de um Kalpa (Ciclo Cósmico). Uma das quatro idades do Mundo e cuja série continua em sucessão durante o ciclo manvantárico * Manvântara – ver dicionário do pensamento. Cada Yuga é precedido por um período chamado, nos Purânas Sandhyâ, crepúsculo ou período de transição e é seguido por outro período de igual duração, chamado Sandhyâmza, “porção do crepúsculo”. Cada um deles é igual à décima parte do Yuga. O grupo de quatro Yugas é computado primeiramente pelos anos divinos ou “anos dos deuses”, sendo cada um desses anos igual a 360 anos dos homens mortais. Assim, temos em anos “divinos”:

Primeiro Ciclo ou Idade de Ouro – Krita ou Satya Yuga = 4.000 

Sandhya = 400

Sandhyânza = 400

Totaliza 4.800

Segundo Ciclo ou Idade de Prata – Tretâ Yuga = 3.000

Sandhya = 300

Sandhyânza = 300

Totaliza = 3.600

Terceiro Ciclo ou Idade de Bronze – Dwâpara Yuga = 2.000

Sandhya = 200

Sandhyânza = 200

Totaliza = 2.800

Quarto Ciclo ou Idade do Ferro – Kali Yuga = 1.000

Sandhya = 100

Sandhyânza = 100

Totaliza = 1.200

Isto, expresso nos anos dos mortais, equivale a:

4.800 x 360 = 1.728.000

3.600 x 360 = 1.296.000

2.400 x 360 = 864.000

1.200 x 360 = 432.000

Total: 4.320.000

Todo esse período é chamado de um Mahâyuga ou Manvantara. 2.000 de tais Mahayugas, ou seja, um período de 8.640.000.000 anos, equivalem a um Kalpa, sendo este último apenas “um dia e uma noite”, ou seja, vinte e quatro horas, de Brahmâ (Deus). Assim, uma “idade de Brahma” ou uma centena de seus anos divinos, deve ser igual a 311.040.000.000.000 de nossos anos mortais. Os antigos masdeístas ou magos (os parses modernos) faziam o mesmo cálculo, por mais que os orientalistas pareçam não se dar conta disso, pois até mesmo os mobeds parses o esqueceram. Porém, seu “Tempo soberano do Grande Período” (Zervan Dareghô Hvadâta) dura 12.000 anos e estes são os 12.000 anos divinos de um Mahâyuga, como dito anteriormente, enquanto o Zervan Akarana (Tempo sem limites), mencionado por Zarathustra (Pérsia), é o Kâla, fora do espaço e do tempo, de Parabrahma. Os yugas anteriores ao presente são o Krita-Yuga, ou idade de ouro; o Tretâ-Yuga, ou idade de prata; o Dwâpara-Yuga, ou idade de bronze. O Kali-Yuga, idade negra ou de ferro, é a atual, da transição de Peixes para Aquário. 

Ciclos Cósmicos – Filosofia e Astrofísica

O ciclo cósmico, na filosofia, refere-se a uma visão cíclica do tempo e da existência, onde o universo passa por fases de criação, desenvolvimento, declínio e renovação, repetindo-se infinitamente. Essa ideia aparece em diversas tradições filosóficas e religiosas, com variações sobre a natureza dessas fases e os mecanismos que as governam. 

Conceito Geral:

A filosofia do ciclo cósmico contrasta com a visão linear de tempo, onde o universo tem um começo e um fim definidos. Em vez disso, ela propõe um eterno retorno, com o universo sempre retornando a um estado inicial, para então recomeçar o ciclo. 

Físicos veem novos indícios de que o Universo pode ser cíclico 19/08/2013

Exemplos em Diferentes Tradições:

Empédocles:

Este filósofo pré-socrático via o ciclo cósmico como uma batalha entre as forças do Amor e da Discórdia, que moldam a criação e destruição do cosmos. 

O POEMA DE EMPÉDOCLES: UMA RENOVAÇÃO DA TEORIA DO CICLO CÓSMICO: https://basefilosofica.com.br/z/o-poema-de-empedocles-uma-renovacao-da-teoria-do-ciclo-cosm/9cb8eed2dfe71c7383b2fc23a9228b57

A teoria do ciclo cósmico surgiu, respectivamente, em 1844 e 1881, com Friedrich Panzerbieter e Eduard Zeller. O último foi quem deu forma à teoria, especialmente defendendo que uma das principais características do ciclo cósmico no Poema de Empédocles era a sua divisão em quatro estágios. Além disso, os próprios fragmentos doxográficos do Poema empedocleano parecem ter oferecido os fundamentos para algumas características da teoria do ciclo cósmico, inclusive a divisão do ciclo em quatro estágios: alinhado com o conhecimento teosófico milenar das 4 Yuga(s). 

Estoicismo:

Os estoicos aceitavam a natureza cíclica do universo, vendo-o como um processo eterno e necessário, e enfatizavam a importância da virtude e da aceitação do destino. 

Filosofia Cósmica:

Esta tradição, fundada por Max Théon, descreve uma cosmologia oculta com ciclos cósmicos e planos de existência, incluindo o atual sétimo ciclo, além de explorar poderes ocultos do ser humano. 

Ananda Marga:

Esta filosofia espiritual vê o ciclo cósmico como uma dança da Consciência Cósmica, onde cada ser é parte de Deus e busca retornar à unidade primordial. 

Cosmologia Cíclica (Física):

Na física moderna, a cosmologia cíclica é uma hipótese que propõe que o universo pode ter existido em ciclos anteriores ao Big Bang, com evidências potenciais sendo buscadas em vestígios da radiação cósmica de fundo. 

Implicações Filosóficas:

A filosofia do ciclo cósmico tem implicações profundas para a nossa compreensão da existência, da natureza humana e do nosso lugar no universo. Ela pode levar a:

Aceitação da mudança:

Compreender que o universo está em constante mudança pode ajudar a desenvolver uma atitude mais resiliente diante das vicissitudes da vida. 

Busca por sentido:

O ciclo cósmico pode levar a uma busca mais profunda pelo sentido da vida e pela conexão com algo maior do que nós mesmos. 

Superação do medo da morte:

A ideia de um eterno retorno pode diminuir o medo da morte e promover uma visão mais positiva da vida e da morte como parte de um ciclo contínuo. 

Desenvolvimento espiritual:

Em algumas tradições, o ciclo cósmico é visto como uma jornada de evolução espiritual, onde cada ciclo nos aproxima da realização da nossa verdadeira natureza.