Antigo Egito; Mesopotâmia, Grécia
O raciocínio determinado e cuidadoso pode por si só trazer conforto à alma. Os humanos têm utilizado sua racionalidade para muitas coisas, incluindo especulação filosófica ou, falando de modo geral, a atividade de pensar bastante sobre um problema. Em particular, os humanos têm pensado bastante sobre sofrimento e morte. Embora quase certamente não tenham sido os primeiros a pensar sobre esses problemas, os egípcios, em Disputa entre um Homem e sua Alma – Ba (c. 2280 a.C.*), estão entre os primeiros a registrar suas especulações. Os mesopotâmicos também escreveram tratados filosóficos, como a Teodiceia Babilônica (c. 1000 a.C.).
Os exemplos mais conhecidos de tais obras filosóficas são A Apologia (399 a.C.) e Fédon (360 a.C.) de Platão (c. 424- c. 348 a.C.), mas foi o platônico cristão Boécio (c. 480-c. 524 d.C.) que cunhou a frase “o consolo da filosofia”. Em seu livro “Eu… decidi escrever minha queixa miserável…” Boécio, A Consolação da Filosofia (524 d.C.).
Escrito em 524, Boécio se encontra injustamente preso, aguardando execução. Despojado de toda sua antiga glória, poder e influência, ele é tomado pelo desespero até que Dama Filosofia chega. Ela o encoraja a pensar cuidadosamente sobre o porquê de estar sofrendo e porque, em última análise, isso não importa.
O consolo que a Dama Filosofia traz não é ocasionado, como os humanistas seculares às vezes imaginam, por uma rejeição da religião; em vez disso, Boécio escolhe entre não encontrar conforto em nada, encontrar conforto por meio da não especulação e encontrar conforto por meio do raciocínio filosófico. A terceira opção implica ser capaz de extrair evidências de onde quer que estejam, incluindo fontes religiosas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Disputa_entre_um_Homem_e_sua_Alma

