Se perde na noite dos tempos, mas uma definição objetiva que nos chega é da Grécia 700 a.C.
Na vertente da História, é a crença de que a humanidade está em um estado contínuo de autoaperfeiçoamento.
A noção de que a sociedade humana deve estar sempre em um estado de progressão é tão antiga quanto a antiguidade. Todas as civilizações, desde o início, mantiveram-se firmes na ideia de que melhorias morais, religiosas e materiais contínuas são uma consequência inevitável de nossas naturezas inquisitivas e aspiracionais. O classicista grego Hesíodo (fl. c. 700 a.C.) falou da progressão humana em Trabalhos e Dias. Na peça Prometheus, de Ésquilo, do século V a.C., Prometeu é condenado à punição eterna por Zeus por dar aos humanos de presente o fogo sagrado (ressignificado como a mente e o livre arbítrio alinhado com a teologia cristã esotérica e a cabalística na figura de Lúcifer – O Portador da Luz) em uma tentativa heroica de libertá-los da ignorância e capacitá-los a perseguir os reinos mais elevados da arte, cultura, inteligência e espiritualidade. Em A Cidade de Deus, no século V d.C., Santo Agostinho de Hipona escreveu sobre o gênio do homem e sobre o que ele via como estágios assumidos de nosso desenvolvimento contínuo.
“Os homens, por meio de sua própria busca, descobrem com o passar do tempo o que é melhor.”
Foi somente no século XVII, com o choque do medieval e a da idade moderna pelo renascimento, que a ideia de progresso constante na civilização ocidental foi debatida e registrada pela primeira vez.
De um lado do argumento estavam aqueles que sentiam que a sociedade contemporânea nunca poderia esperar igualar as conquistas das sociedades da antiguidade clássica; do outro, estavam aqueles, como o autor Bernard le Bovier de Fontenelle (1657-1757), que argumentavam que a mente humana do século XVII era tão rica e imaginativa quanto era na época de Aristóteles e Homero. A progressão econômica e material da humanidade continuou a ser assumida em A Riqueza das Nações (1776), de Adam Smith, e novamente em Filosofia da História (1831), de G. W. F. Hegel, na qual ele escreve sobre nosso “impulso de perfectibilidade”. Hoje sociólogos e cientistas da computação afirmam que uma criança de 10 anos tem mais informações que estimulam sua mente e memória do que um monarca do século X, por exemplo.
Na vertente da Metafísica e Esotérica, é uma ronda de bilhões de anos, o dia de Deus, Manvantara em sânscrito*(ver Dicionário do Pensamento, Pralaya e Manvantura), onde se parte do ponto primordial ou Deus, Logos, ramificado pelas Mônadas que coletam a experiência evolutiva de todos as formas vivas do universo e retornam essas experiências ao ponto primordial da criação, ou Deus, que através desta forma também pode evoluir no seu processo criativo, Shatki em sânscrito, para a próxima ronda universal.
Podemos estender esse conceito às explicações das teosofistas Blavatsky e Anne Besant.
“É o desenvolvimento de ordens superiores de animais, partindo de outras ordens inferiores. Como se disse em Isis sem Véu: “A ciência moderna só se ocupa com uma evolução física parcial, evitando prudentemente ou ignorando a mais elevada, ou seja, a espiritual, o que obrigaria nossos contemporâneos a confessar sua inferioridade em relação aos antigos filósofos e psicólogos. Os sábios antigos, remontando-se ao Incognoscível, tomavam como ponto de partida a primeira manifestação do invisível, do inevitável e, por um raciocínio puramente lógico, desde o Ser criador necessário em absoluto, o Demiurgo do Universo. A evolução começa entre eles desde o Espírito puro, o qual, descendo, mais e mais, adquiriu finalmente uma forma visível e compreensível e chegou a se converter em matéria. Chegando a este ponto, especulam por sofismo amparado pelo método de Darwin, porém partindo de uma base mais ampla e compreensível: toda evolução consiste numa vida que se desenvolve, passando de uma forma para outra e armazenando em si mesma as experiências que adquire através de tais formas.”
A. Besant, Sabedoria Antiga.

